Leiam, reflitam, sonhem, viajem e comentem... Os comentários são importantes para sabermos suas opiniões.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

GENTILEZA GERA GENTILEZA


















Viveu no Rio de Janeiro
Em meados dos anos 80
Um tal de José Datrino
Também chamado Profeta Gentileza
                                                        
Consolador Voluntário
Usando túnica e longa barba
Andava pelas ruas sozinho
Oferecendo rosas a quem passava

Acreditando ter a missão
De melhorar o mundo em que vivia
O pequeno espírito de Deus,
Era amável com todos que via

Mas os anos foram passando
E não houve retribuição
Para cada palavra amável
Foi-lhe dito um palavrão

Assim o pobre velho se cansou
De tentar tocar a alma humana
Se fechou, emudeceu...
E a tristeza apagou-lhe a chama.

                                                                   Cristina Ferber



















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RAJADAS DE AGOSTO

















 Sinto quando um estado especial
se instala em mim
e a poesia volta a fazer parte
da minha vida.

Sinto o frio de agosto
 se faz presente
         - com sua beleza própria.

Sinto quando a noite se instala em mim,
         seu aprimoramento
          sua poesia tomando forma
(e todas as formas me são bem-vindas)

Relembro cada momento nosso
com a alegria de antes
e você vive aqui, em mim,
e meu silêncio te traz para junto de mim.

         é só uma rajada,
         e passa,
         deixando, no entanto,
         vestígios.

Noites de agosto, amenas assim,
são uma bênção quase
ouço o vento rugir mais forte agora
e pressinto a chegada da chuva

         substâncias inebriantes
         perfumes análogos
         paz não duradoura
é só um toque...e basta

são tranqüilas estas noites de agosto
quando fico a sós comigo
         e pressinto minha missão

(estrela solitária que brilha num canto ermo do céu)

Penso e repenso
nada realmente importa se você não está aqui
fugaz companheiro por uns dias
                   e esqueço

chega o frio, finalmente,
         e o recebo,
         cordialmente
e com o frio a coisa fica mais suave
eu mesma crio minhas próprias viagens
em direção ao frio das noites de agosto...

   
                                                         Sheila Camargo


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PONTO DE CRUZ

















Etamine branco no colo
Agulha e linha nas mãos
E as cruzes são bordadas
Formando flores e coração

Mãos de ouro, alma de artista
No ponto de cruz, minha avó descansa
Nos fios em que se perde,
Ao mesmo tempo se alcança

Oitenta anos, pouco tempo...
Deixados em coloridas lembranças
Eternizou seu grande talento
Marcando com linhas minha infância.

                                               Cristina Ferber


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terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

BAIXA IMUNIDADE


Pensei que era imune
Ao teu veneno
Bebi litros
Do teu sabor
Intoxiquei meu coração
Embriaguei minha mente
Viciei minha alma.
                               Adri Verdi


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BLU


Existe um lugar
Em que gostaria de estar
Neste momento
Foi lá que esqueci meu coração
Um lugar florido, festivo, musical, cheio de graça
Sim, existe imperfeição
Eu sei
Mas aos olhos de quem admira
É linda de se viver
A cidade é adornada por um vale
Sim, um vale que um dia
Ameaçou desabar
E desabou
Mas o tempo passou
E você sabe
O tempo cura tudo
Ou quase tudo...
E as pessoas tem muita força
Logo o som do choro
Cedeu lugar ao ruído
Da reconstrução
E a vida quase volta ao normal...
Esta terrinha
Onde nasci e cresci
E que sonho pertencer novamente,
De corpo,
Chamo carinhosamente de Blu...
Blu de Blumenau.

















(um breve relato sobre Blumenau, minha terrinha)

                                                                                                    Adri Verdi


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CONSELHO


















Lá está ela
Assistindo a vida passar
Debruçada na janela
Preguiça de ir caminhar

Vai logo, menina!
Não fique aí parada...
A vida segue contínua
E que comprida a estrada!

Cuidado com os perigos
E as pessoas erradas
Saiba reconhecer os amigos
Usa a intuição contra as ciladas

Confia nos teus princípios
Dosa bem emoção e razão
E tu terás indícios
Desta paz que tanto busca teu coração.

                                                                                                 Adri Verdi


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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

SARAU DOS POETAS















No Sarau dos poetas
O clima é de magia
As estrelas enfeitam a noite
A lua suspira nostalgia

No encontro dos autores
Cada palavra é uma promessa
Recitam o impensável
E fazem versos sem pressa.

Aos amantes das letras
Não interessa princípio ou fim
Importa onde crescem as emoções
Se em vaso, ou em jardim.

                                                            Cristina Ferber


ILUSÕES



Não creia fielmente
no que seus olhos vêem
e no que seus ouvidos ouvem

A vida tem propósitos
e significados
que se escondem em camadas
menos superficiais...

                                   Sheila Camargo

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domingo, 26 de fevereiro de 2012

PASSIONAL















O olho não quer deixar de contemplar,
o coração não quer deixar de pulsar,
a mente não quer deixar de criar,
a emoção não quer deixar de emocionar... 

                                                                                              Sheila Camargo


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TENTATIVA












Quando chego em casa já anoiteceu,
Procuro por você que já adormeceu,
Na penumbra da luz quebrada te olho
Deitada em nossa cama sob o lençol
E penso choroso no que aconteceu...

Na volta do banho, me deito ao lado,
Lanço sobre seu corpo, o meu braço,
Você se ajeita, mas não se chega,
Acorda, mas largada, finge dormir,
E me deixa duvidoso de como agir.

Tento um beijo em sua face macia,
Mas você não deixa e pro lado vira,
Cheiro sua nuca e sinto seu perfume
Que há muito viciou os meus desejos,
E que agora maltrata meus anseios.

Num ímpeto desesperado, num impulso,
Passo minha mão sobre seu ventre,
Mas você se protege com seu braço
Reagindo com veemência ao que eu faço
Impedindo que eu complete um abraço.

Não reclamo... Viro pro lado e durmo,
Ou tento depois desse grande absurdo
Em querer insistir no que já acabou
E que nem ao menos esperança deixou,
Pra reatar um amor que pouco durou...

                                                          Alexandre Taissum


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sábado, 25 de fevereiro de 2012

AMOR DE CHOCOLATE

Amor de chocolate
É agridoce, estimulante e divino
Quando chega, vem sorrateiro...
Com seu jeito de felino...

Moreno cor de chocolate
Que no corpo carrega a semente
Seu licor é cacauati
Que desce na garganta, suavemente...

Amado com sabor de chocolate
Rei da Costa do Marfim
Quando sussurra em meus ouvidos
Acende intensa chama em mim...

                                                    Cristina Ferber


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ANJOS E DEMÔNIOS

Aceitar, aceitar, aceitar,
obedecer, obedecer, obedecer,
lutar, lutar, lutar,
sabendo que, no final,
vai fracassar
nadar, nadar, nadar,
sabendo que na outra margem
nunca vai chegar.

Num momento entendo
no outro não
num momento aceito
No outro não
num momento comungo
no outro blasfemo
num momento toco o céu
com minhas orações
no outro desço aos infernos
com minha dor.

Mas amo sempre,
no amor aposto todas as fichas
sabendo que sairei ganhando,
ainda que perca a aposta.

Porque só o amor constrói
e destrói
e constrói
e destrói...
                                     Sheila Camargo


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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

PRESENTE DO CÉU


















Manhã chuvosa
Céu cinzento
Ruídos de uma prosa
Um carinho do vento

Galho de ingá balançou
Chamou minha atenção
A descoberta me encantou
Me fez sorrir o coração

Casal de pássaro azul, lindo!
Provavelmente foi um presente...
Em constante indo e vindo
Reveza o ninho, nunca ausente

Só tenho a agradecer
Saber apreciar toda beleza
Do infinito e soberano poder
Que me remete a natureza.

                                                                Adri Verdi
















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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

OUTONO

Outono de noites longas
E amantes com tempo pra se amar...
Na janela, leve brisa...
Que começa a pesar...

Na sala, frágeis orquídeas
Oferecem charme à transição
Na cozinha, margaridas,
Dão adeus ao finado verão.

Outono Austral do Sul
Que cobre as árvores de marrom dourado
Venha encher meus olhos
De paisagens vermelho alaranjado!

                                                         Cristina Ferber

 
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TRANSIÇÃO

Eu
         noite
                   penumbra

para não despertar curiosidade
por que desejo tocar somente
aquilo que esteja
em meu campo de intenção

a noite
         e seus filhos soturnos

agrada-me a companhia das sombras
até um certo momento

tenho comigo quase tudo
de que necessito
pouco a pouco vou sendo tomada
por novos pensamentos

pensamentos da meia-noite,
         da transição
                            do aprofundamento

deixo o som do som
e detenho a outro som,
o da madrugada que avança
em breve serei tomada
por irresistível
                   arrebatador sono

eu
         noite
                   silêncio
não vejo estrelas
não ouço rajadas
         noite
                   silêncio


                                   Sheila Camargo


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REVELAÇÃO

Quer saber?

Pra compor meus versos,
Escrever nos anversos
Recitar meus poemas
E publicar dilemas

Eu rasgo o verbo,
Como palavras,
Pulo linhas,
Faço das minhas.

Encurto frases,
Assassino o português,
Despontuo expressões,
Recito palavrões.

Na verdade, finjo ser poeta...

                                                   Alexandre Taissum

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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

A DANÇA DAS SOMBRAS

Foi-se a noite,
madrugada entrou,
Sais e aromas,
 ruídos e sussurros.

Eu tenho olhos, igual a você,
mas você não vê as coisas que eu vejo,
eu tenho sentimentos, igual a você,
mas você não sente as coisas que eu sinto.

Eu vivo inquieta e indecisa
esperando um alguém que não vem,
eu durmo ansiosa e indecisa
esperando um sonho que não vem.

Sem saber se o tempo volta
e se eu ainda vou poder te dizer,
nem que fosse só mais uma vez.

São ruídos cada vez mais soturnos,
são sombras cada vez mais profundas
á medida que a madrugada avança
e toma conta do céu,
revelando brilhos ardentes.

Nem sempre a estrela que te brilha mais
É a que te parece mais próxima.


                                                        Sheila Camargo


                                                                 

A BALANÇA

Que força é essa
que me leva a querer confessar
         - um crime
que não sei se cometi?

Que força é essa
que me leva a querer procurar
         - algo
que não sei se perdi?

Que força é essa
que me leva a querer transformar
         meus sucessos em fracassos
         minhas conquistas em derrotas
         minhas euforias em depressões?

É quando estou mais feliz
         por fora que,
         por dentro,
fico mais triste...
         quando meu ego ganha,
         meu espírito perde.      

                                               Sheila Camargo


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PARAFRASEANDO TAGORE

Eu faço, crio, sinto, imagino
o que eu quero,
em minha vida não há lugar
para tormentos e lamentos,
em minha vida não há lugar
para culpas e arrependimentos.

Ausento-me,
e sigo em busca de outros
que gostam de inventar
o próprio mundo,
não gosto do que não me instiga,
meu cristal...

Meus dias se passam lentos
tendo a olhar para o que está além
da camada superficial
mais importante do que penso
é o que apreendo:
“gravetos humildes e sempre secos”
a alimentar a fogueira
das minhas idéias incandescentes.

                                              Sheila Camargo


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JARDIM DE INFÂNCIA

Corre corre no parquinho
Briga por causa de bola
Ciranda cirandinha
Pega pega, deita e rola...

Na sala, coloridas massinhas...
Tinta guache, giz de cera
Rabiscos e conversas
Trabalho de artes, brincadeiras

Meninas com mochilas rosa
Meninos com bonés maneiros
Todos se sentindo elegantes
Alegria o tempo inteiro...

Não há lugar no mundo
Mais bonito que um jardim de infância
Se houver, só pode ser
o mesmo jardim, só que em lembrança...

                                                                                          Cristina Ferber


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OLHOS CASTANHOS

Quando o meu triste olhar percebeu o seu,
Fez-me enxergar nele o horizonte do mar,
Misterioso como no encontro com o céu
E infinito como o sublime desejo de amar.

Seus olhos castanhos e de fundos sedutores,
Cintilavam a luz do sol, pelo mar refletido,
Atraindo os meus que há muito lacrimejavam,
Sem a estima de um grande amor recém perdido.

E foi nesse momento que senti a sua atração
Refluída pelas ondas que vinham pra me levar
À linha do seu misterioso horizonte de sedução,
Lá em suas águas profundas, de amor me afogar...

                                                                    Alexandre Taissum


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CORAÇÃO CELTA

O coração guerreiro Celta
Bate forte, sem receio
Busca o ar das florestas
A natureza é seu devaneio

A alma Celta é eterna
Migra de vidas em vidas
Sabe que o mundo é transitório
E que dele nada fica

Veneram seus antepassados
Exaltam valores, se revestem de brios,
Outrora tive vida Celta
Vida plena de desafios.

                                                  Cristina Ferber


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domingo, 19 de fevereiro de 2012

EPÍLOGO DE UMA ILUSÃO

Você encontrou e seguiu meus passos,
Chamou minha atenção com sua presença,
Provocou assuntos que geralmente falo,
Ocupou meu tempo com sua freqüência.

Um acaso? Não!

Maldou sua atitude ao se aproximar,
Planejou os seus atos com precisão,
Queria se fazer presente no lugar
Onde componho meu mundo de ilusão
E onde busco toda minha inspiração
Para expor o que vem do meu coração.

Se conseguiu foi porque eu deixei
A porta aberta para que entrasse
E arrumasse meu cantinho ao seu jeito
Me fazendo pensar que assim era perfeito,
Que era parte da sua polida educação
Com modos finos e dignos de paixão.

Me iludi? Não!

Só me deixei levar porque me fazia bem
Viver na ilusão de um sonho imperfeito,
Por vidas diferentes a que temos direito,
Mas que não vivemos porque é preconceito,
Mesmo sentir emoção por alguma personagem
Criada por mim e adaptada à sua homenagem.

Mas infelizmente o epílogo chegou breve,
Nem deu tempo de dizer o que seria leve
E o que gostaria de falar quando emocionado
À você, Doce Menina que esteve ao meu lado,
Que no fundo nunca esteve. Estive enganado...

E antes de me dizer como seria o fim
Partiu na imensidão dos seus sonhos
Seguiu caminho em busca de felicidades
E jamais voltou, nem para amenidades.

E desde então, minha inspiração variou,
Perdeu um pouco do sentido que adquiriu
Quando você chegou e minha vida invadiu
E mesmo hoje, sem o brilho que me sortiu,
Sobrevivo saudoso no meu cantinho sutil...

                                                                                        Alexandre Taissum


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CARNAVAL MINEIRO

Carnaval mineiro
De cidades históricas
Ouro Preto, Tiradentes
Bloco da Bandalheira Folclórica...

Carnaval de Minas
Do final da tarde ao raiar do dia...
Foliões festejam em Mariana
Sabará e Diamantina.

Carnaval da Serra do Curral
E Canto da Alvorada
Samba de Beth Carvalho
Santo Bando dos Metralhas.

                                           Cristina Ferber



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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

ADEUS ESTRELA!

* Dedicado à Whitney Houston
 
Combinando sons e silêncios
A Diva encantou o mundo...
Eterna Euterpe...
Inesquecível Aede...
O que lhe faltou,
brilhante Osíris?
Por que se foi
Tão cedo?
A que constelações
Pertence agora?

                           Cristina Ferber



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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

PREDADOR

A espreita
Oculto nas sombras
Ele aguarda
Sente
O desejo
Como um açoite
Mantendo o controle
Não mostra-se
Vulnerável
A não ser
Que a ocasião
Necessite
Olhos brilhantes
Dissipadores...
Se aproxima
Lentamente
Aprecia
O cheiro doce
No ar
Tudo
Que necessita
Está ali
Ao alcance
Um breve
Movimento seu
É suficiente
Para arrancar
Um coração
Pulsante
E levá-lo
Consigo...
Em sua boca
Um sorriso
Satisfação...
Finalmente
Ele se permite
Adormecer.

              Adri Verdi


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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

TROCAS CONSTANTES

Você caminha ao meu lado pelos dias
E acompanha minha jornada de poesias
Me dedica muitas das melhores canções
E através delas transparecem emoções

Me apresenta aos seus amigos diversos
E conta-lhes que é sensível aos versos,
Neles se envolve, se dedica, se engaja
E sem esconder, na minha poesia, viaja...

Pesquisadora e estudiosa do popular
Sempre tem algo novo pra me ofertar
E fiel aos meus ouvidos atentos
Busca pra mim o melhor dos eventos

E assim vivemos em trocas constantes
Eu compondo versos há todos os instantes
Envio daqui esperando você retornar
Lindas músicas que me fazem encantar

Amiga, obrigado!
Por caminhar ao meu lado com dedicação...
Fico encantado!
Ao receber seu carinho com muita emoção...

                                                                                               Alexandre Taisum


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terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

SOBRE A POESIA

A poesia
Foi a forma
Que encontrei
Para colocar
Em palavras
Escritas
Tudo o que
Minha boca
Não se atreveu
Nem a sussurar
Meus lábios
Sempre tão inseguros
Tremiam
Quando tentei
Falar
Mas ao começar
A escrever
Senti que
Minha mão
Mostrou-se
Segura e firme
Diante do
Desafio das palavras

                         Adri Verdi


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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

SUA OBRA PRIMA

De forma ilusiória, busca-se o perfeito
Em cada ser
Observando-se a moldura
Esquecendo-se 
De que cada ser
Tem em sua alma
Uma tela
Com suas cores e formas
Suas tintas
Luminosas ou foscas
Seus temas
Compreendidos ou não
As telas podem ser
Paisagens tempestuosas
Ou tranquilas
Alguns pintam 
Uma flor no cabelo
Ou uma arma pronta para o disparo
Outros as ofuscam com tons
De dourado e prateado somente
Deixam-na um delicado arco-íris
Ou um preto e branco tristonho
Recebemos a moldura
E a tela límpida
Cada ser, em sua forma de viver
Escolhe seu tema
E começa esta obra prima
Que é sua vida
Quando enfim, 
Finalizarmos nosso trabalho
Quantos de nós
Terá alegria
Em apreciar sua própria arte?
 
                                                                      Adri Verdi
 
 
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EXALTAÇÃO - O MANIFESTO DA PAIXÃO.

Tenho queda pelos que são fascinados
pela emoção,
pelos que desafiam o perigo
e vão além do limite
pela sua paixão.

Adoro ver o conflito entre as ondas,
o tumulto nas multidões,
a desordem da natureza,
os apaixonados abrasados
que tudo suportam pelo seu amor.

Sou movida pela paixão, pela indignação,
minha vida é como um grito
que se propaga pela imensidão,
gosto de viver no perigo
e esperar pelo que vem depois
desse meu tempo de transição.

Quisera novamente abandonar, mil vezes,
o confortável mundo que fora o meu,
quisera novamente festejar a glória,
o enigma, o brilho no olhar,
a vaga palavra, o manifesto da paixão.

                                                            Sheila Camargo



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EXTREMOS - PARTE II

São lágrimas
                   saudades
                                      impulsos
                                                        vontades
Coisas que fazem a alegria do corpo,
mas não matam a sede da alma.

São febres
                   loucuras
                                      desejos
                                                        taras
Coisas que fazem a alegria do viver,
mas não matam a sede do querer.


                                                        Sheila Camargo


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domingo, 12 de fevereiro de 2012

DETALHES DA CAUSA

Decepção é uma sombra
Que encobre a luminosidade
E escurece o peito,
Que isola de um jeito,
Que de tão perfeito,
Expulsa a felicidade.

A tristeza vem com a sombra
Acompanhando a decepção,
É ela quem faz doer o peito
Que ataca de um jeito,
Que de tanto malfeito,
Agride o frágil coração,

O coração é um coitado,
Um escudo na proteção
Que sofre dentro do peito
Num compasso sem jeito
Pela tristeza de então,
Que faz sofrer pela paixão...

                                                 Alexandre Taissum


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CONQUISTADORES

Houve um tempo em que não se faziam perguntas ao amor
e cada passo era avanço no rumo incerto.
Não havia o medo e o amor afastava
a mais longínqua visão de ruínas e fracassos.

Um tempo predito para hábeis, destemidos conquistadores
que, a cada passo, plantavam marcos de glória
em seu território e exibiam com orgulho
sua mais doce e nobre vitória.

Mas, ainda haverá um tempo assim,
em que o amor nos bastará, afinal.

                                                      Sheila Camargo



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O POETA

O Poeta nasce cantando
Música que é riso e pranto
Seu lamento é passageiro
Sua voz, quase um encanto

O Poeta se nutre do que faz
A Poesia, seu mel, é alimento
Transforma em divino o que é humano
E tudo o que antes era sofrimento

O Poeta não precisa de chaves
Para Ele, nenhuma porta se fecha
Como Peregrino de distantes mares
Busca repouso em praias incertas

O Poeta vem e vai
Tal qual a onda espumante
Quando vem, traz felicidade,
Quando vai, deixa um amante.
  
                                                                          Cristina Ferber
                                                                          Contribuindo para o Blog


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sábado, 11 de fevereiro de 2012

AUTOBIOGRAFIA

Sou um contador de histórias,
Um escritor e um poeta amador,
E pra que tenham sentimentos,
Dou vida às letras que escrevo
E me envolvo nelas com amor.

As vezes menos do que merecem,
Em outras, mais do que deveria,
Não me importam esses limites,
Se o que interessam são alegrias
De compor sonhos ou fantasias.

Proporcionar momentos imaginários
Nesse encantado mundo literário
É o que me faz sentir utilitário
Aos que viajam na carona da emoção
E por sonhos libertários do coração.

Meus sentimentos me fazem emocionado
Quando sei que faço a diferença
Na vida de quem me dá preferência
Lendo meus textos e meus poemas
E vivendo toda a sua envolvência.

E é por isso que não devo parar
De compor e descrever histórias,
Faz parte de mim essa vitória
Aliado ao dom de ser semântico,
Crítico, dramático e romântico.

                                                       Alexandre Taissum



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CICLO

Você chegou...
Entrou na minha vida de repente,
Dominou minha cabeça e a mente,
Fez-me acreditar seu imponente
Pra defender seu estado carente,
Na luta contra perda recente.

Mas depois dessa vitória eminente,
Vestiu a couraça de inocente
E armou-se de um silêncio envolvente,
Livre, você se achou competente
Pra seguir sua vida, de mim ausente.
E aí? Me abandonou...

                                           Alexandre Taissum



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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

ESTRELAS

Olho pro meu céu todas as noites
E vejo milhares de estrelas brilhando,
Intermitentes brilhos,
Brilhos raiados,
Azulados...

Me encanto com todas,
São lindas amigas que me acompanham,
Me seguem distantes,
Me iluminam,
Fulminam...

Mais à oeste vejo uma outra,
Que aguardo para vê-la depois de todas,
Que brilha diferente,
Um brilho dourado,
Encantado...

Como última visão da noite,
Sempre a levo na memória pra dentro de casa
E queimado na retina ainda vejo
Um ponto marcado,
Iluminado...

E mesmo depois de um tempo
Esse ponto não me deixa ver outra coisa,
Que de tão forte fica ponteado,
Uma visão adornada
Pela estrela dourada...

                                                                                 Alexandre Taissum



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DESENCONTROS

Em fuga
Esqueço

Se me encontro
Lembro
Estremeço

Em fuga
Recomeço

Se me encontro
Tropeço
Padeço

Em fuga
Me despeço

Se me encontro
Enlouqueço
Confesso

                Adri Verdi



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ANJO

Sonhei contigo
Mais uma vez
Tu, tão doce
Me pedia
"Prometa que vai
Me esquecer"
Triste
Eu acordei
Percebi
A linha
Contínua
Do tempo
Passando
Tão apressada
Enquanto eu
Fiquei estacionada
Em frente
Ao seu portão
Registrando
Sua imagem
Tão perfeita
Confusa...
Anjo
De nada sei
Desta vida
Mas de
Uma coisa
Eu sei
Nunca prometi
O que não posso
Cumprir.

                  Adri Verdi



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terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

EXTREMOS

Uma manhã imensamente feliz
um fim de tarde terrivelmente triste
um dia magnífico de sol
uma noite negra de temporal.


                                   Sheila Camargo


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