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quinta-feira, 23 de abril de 2015

PEDAÇOS DE PAIXÃO

Netos: pedaços da gente...

Pedaços de mim distantes
Desgarrados pelos sonhos
De felicidades farsantes
Fingindo rostos risonhos
Nada apagará a saudade
Que importa a tristeza
Ingrata e cruel inverdade
Que age com frieza
E maltrata meu coração
Pela falta que oferece
Dos meus pedaços de paixão
Exportados para outro chão.

O silêncio dos timbres gritantes
E o sossego dos alvoroçados
Entristecem as câmaras rutilantes
Que não mais ecoam seus brados
Nem gritos ou choros exorbitantes
Nem ao chão caem esparramados
Ou sobre o peito outrora vibrante
Entre o laço dos abraços arqueados
Sofrente da ausência angustiante
Por não sentir os descendentes amados
Afastados pelo capital degradante
Que transtorna seus subordinados.

Onde estão os pulos e gritos?
Aonde foram parar as sílabas trocadas?
Por que a realidade se finge de mito?
Por que a alegria se faz transtornada?
Muitas perguntas sem respostas
Outras levam à intensa frustração
Porém, nenhuma com a proposta
De conformar minha emoção
Ou trazer plausíveis amostras
De que a saudade contraria a razão
Mesmo que essa mentira seja posta
Como uma lança no meu coração.


                            Alexandre Taissum


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