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segunda-feira, 20 de agosto de 2012

LÁGRIMAS DE TINTA



Os ventos levaram o aroma da pele dela
As chuvas encharcaram as suas pegadas
O tempo esqueceu sua encantadora imagem
Enfim, todas as lembranças foram apagadas

Outros ventos não trouxeram novos perfumes
Nem as chuvas marcaram idênticas passadas
O tempo se perdeu esquecendo-se de trazer
Qualquer semelhança que a fizesse superada

Até esperei que as cantigas dos pássaros
Pudessem me dizer onde ela poderia estar
Pois desde a noite nebulosa em que partiu
Ninguém a viu, soube dela ou ouviu falar

E hoje abandonado sobre os pergaminhos
Absorvo o tempo compondo meus dilemas
Escritos com penas que choram abafadas
Lagrimas de tinta que descrevem poemas


                                        Alexandre Taissum


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2 comentários:

  1. Nostalgia é tudo que podemos sentir neste poema, uma vontade imensa de reviver os tempos em que a felicidade ultrapassou os seus limites. Mas entendemos que hoje o teclado pode tornar os nossos dias mais suaves, amenos e resolver nossa sensação de saudade de outrora. Escrevemos para lançar sobre as palavras nossos desejos mais íntimos.

    "Ninguém a viu, soube dela ou ouviu falar"

    Esta parte foi a mais comovente porque sugere e traz à lembrança a presença da amada e não tendo a oportunidade física o poeta lança nas palavras o seu desejo maior: sufocar a ausência.

    Parabéns, Alexandre Taissum, cada dia nos encantando mais com poemas maravilhosos.

    Grande abraço!

    Sonia Salim

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    Respostas
    1. Obrigado por entender e sentir meus poemas, Madrinha Sonia.
      Bem, você sabe que escrevemos nossas emoções e fazemos cada amigo participar através da leitura ou da identificação própria com as histórias, portanto, esse é o objetivo de quem sente a necessidade de externar sentimentos, sonhos factuais ou imaginários.
      Um beijão!

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