como o inferno
e arde,
como suas chamas eternas.
Quantas linhas escritas não foram escritas
quantas palavras, reprimidas
quantas lágrimas, engolidas
era amargo o seu sabor
todo um oceano de amor
e os oceanos não são como os rios
(que um dia deságuam em algum lugar)
Meu coração e meu cérebro travam
um duelo mortal
(sem previsão de um vencedor no final)
Até quando vou me machucar,
- pergunta meu coração
até quando vamos nos ferir,
-perguntam meus pés
Meus olhos recebem a cor,
meus ouvidos recebem o som
mas só parcialmente os absorvem
ando pelos caminhos do planeta
suavemente
a lua deita sobre mim
o seu matreiro olhar
-zombando
do meu (lamentável) estado.
A gente nunca aprende com a paixão
por que o sentido dela não é ensinar
mas o de vivê-la
até o fim
até à exaustão.
Sheila Camargo
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