Andava na rua cinza,
Deparei com um vermelho
Olhei em seus olhos verdes
Mas não tive medo
Cumprimentou-me, sorriso magenta
Respondi, lilás
Voltei a mirar o céu terra-côta
Quando ouvi um ‘Ei, você aí atrás!’
Virei-me e vi, esticada, sua mão amarela
‘Tire as luvas laranjas, venha aqui, aperte minha mão’
Voltei e dei-lhe um abraço, de irmão
Forte, com vontade, sem porém nem senão
E, como numa pintura abstrata num papel,
Meu azul às outras cores se misturavam
De repente, o céu ficou rosa
E uma chuva púrpura desbotou tudo e todos que passavam
Daniel Taissum
"Um dia, enquanto caminhava na rua, passei por um negro
bem simples e o cumprimentei. Ele virou e me chamou. Quando fui até ele, ele me
deu um abraço e disse que todo esse negócio de preto e branco era bobagem,
apenas cores num papel... Aqui nos EUA, toda a questão racial ainda é muito
forte. Uma babaquice... Enfim, escrevi esta poesia".
Daniel Taissum tem 29 anos, é engenheiro e professor, mora
em Pittsburgh, PA, Estados Unidos.
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