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terça-feira, 27 de dezembro de 2011

DEPOIS DA CHUVA


A todos os chamados, ignorei
e ao silêncio das bibliotecas,
por inteiro me entreguei.
e, em meio a tanta desolação,
encontrei-me com a outra parte,
com o que me tornei.

Lendo meus livros
(e sendo por eles lida)
sonhando meus sonhos
(e sendo por eles sonhada)
escrevendo minha história
 (e sendo por ela escrita)
trilhando meu caminho
(e sendo por ele trilhada)

Foi quando caiu uma chuva torrencial,
e o rio que corria em mim transbordou,
moldando uma nova paisagem,
ainda não de todo revelada.

Enquanto a chuva não parar
e o rio continuar a transbordar,
eu sinto que, de alguma forma,
tenho chances de me curar.

Há febres além do poder de cura
de qualquer remédio.
Há vícios além do poder de cura
de qualquer terapia.
Há sedes além do poder de cura
de qualquer fonte.
Há delírios além do poder de cura
de qualquer camisa de força

Esse é um deles,
este forte segredo
que deve ser guardado
a qualquer preço.

                              Sheila Camargo



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