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terça-feira, 12 de maio de 2015

CONVERSA COM ENCANTADOS

Foto: Marcia Wayna Kambeba
Certa vez me disse o boto,
Que correndo para nadar,
Deparou-se com saci conversando com a sucuri,
Quis ouvir o que falavam e parou para escutar.

O saci preocupado com a morte da Mata Atlântica,
A sucuri desolada, culpada, a fome a fez comer o menino,
Eram tantas tristezas juntas que o boto seguiu seu destino.

Mapinguari o benzedeiro procurava no terreiro
Uma erva para curar tanto mal.
Pião pajé, folha de jucá, invocando o sobrenatural.

Rodopiando apareceu a Matinta,
Que de negra perdeu sua tinta,
Seu vestido se rasgou no galho do pau.
Assustada por ver curupira virar folharau.

E o boto? Ah, invadiu o mundo dos mortais,
Dançou com os racionais,
Chamando para pensar,
No prejuízo causado aos seres sobrenaturais.

Não basta ser real é preciso ser racional,
Disse o boto tucuxi numa mensagem ambiental,
Não jogue lixo no rio, nem lata e nem jornal.
Sinta o aconchego da natureza num abraço maternal.

                                      Marcia Wayna Kambeba




A beleza dos indígenas não está só na pele, mas também na cultura, no saber da natureza e na consciência plena de que a terra é mãe e merece respeito e conservação.
Este poema mostra de forma folclórica, a realidade do que hoje sofre a natureza, a selva e seus habitantes.
By Marcia Wayna Kambeba

https://www.facebook.com/marcia.vieiradasilva1

https://www.youtube.com/watch?v=_gq7LY6Z-6U


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