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sábado, 5 de maio de 2012

VIAJANTE SOLIDÃO



Antes...
Relógio na parede,
Silêncio interrompido,
Tic-tac expressivo
Pra substituir a voz
Que é muda e algoz.
Na minha solidão...

Relógio na parede,
Denuncia à lembrança
De toda essa distância
E da amada, só a imagem
Enquanto estou nessa viagem.
Aumentando a solidão...

Relógio na parede,
Mostra o tempo não passar
E a lentidão faz atrasar
Em me trazer a hora
De voltar sem demora.
Pra sair da solidão...

Relógio na parede,
Vai se calar um dia
E livrar minha agonia
De toda essa saudade
Que me oferece por maldade.
Danada é a solidão...

Relógio na parede,
Ficará abandonado
Num canto lá jogado,
Pois pra casa voltarei
Pra quem sempre amarei.
Longe da solidão...

Relógio na parede,
Que atrasa meu tempo viajante,
Não quero mais viver distante
Da minha querida e amada
Que me espera apaixonada.
Liberto da solidão...

Relógio na parede,
Vou me livrar de você,
Voltarei para o meu viver,
Da minha casa, do meu lar
E eternamente lá ficar.
Ausente da solidão...

Hoje...
Não tenho mais relógio na parede,
Como de fato, não mais viajo,
E em casa com a amada ao lado,
Vivo a cada dia enclausurado,
Cheio de emoções e apaixonado.
Nem sei mais o que é a solidão...

                            Alexandre Taissum


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2 comentários:

  1. Lindo poema! Expressa todo sentimento de distância e aproximação do amor que precisa ser acalentado longe da solidão que oprime.

    Grande Alexandre Taissum!

    Abraços!

    @soniasalim

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    Respostas
    1. Só mesmo um viajante rotineiro ou que tenha morado distante da família por um tempo é que sabe o quanto é lento um relógio na parede. Também sofre o que passa dias longe do convívio humano e não tem com quem lamentar.
      A saudade é grande e aperta o coração de tal forma que a gente nem se dá conta do tempo que passou, mas sim, do tempo que ainda resta para que tudo termine.
      Vou falar um segredo, não conta pra ninguém: Passava dias conversando comigo mesmo, apontava meus defeitos e virtudes, fazia críticas e até brigava.
      Contudo, fui um "rato de estrada", adorava o "tapetão preto", mas pagava muito caro por levar essa vida...
      Mais uma vez, Madrinha Sonia, você entendendo muito bem as mensagens das minhas poesias. Muito Obrigado por isso e pelo muito que incentiva.
      Um beijão!

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