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sábado, 6 de junho de 2015

SEDUÇÃO


E eu fui querendo agir...
Devagarzinho, como quem tenta se fingir
Silenciosa, como quem tenta se esconder
Ardilosa, como quem espera enganar
Maliciosa, como quem quer seduzir...

Contudo, consegui ser...
Rápida, para logo ser notada
Barulhenta, como quem tenta aparecer
Inocente, como alguém não mais que eu
Ingênua, como quem nem pensa seduzir...

Mas seduzi, como quem nem percebeu...

                                                   Selma Silva


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segunda-feira, 25 de maio de 2015

DÚVIDAS?



Quem sou, que não mais me reconheço?
Para onde fui, que não mais me encontro?
Em que ponto da vida me perdi de mim mesma?
Será que sou o que me tornei?
Ou apenas me escondo com medo de me mostrar?
Flutuo sobre mim mesma, como a não poder me tocar...
E ressurjo de modo tímido e fugaz,
Em um meio Doce Sorriso a brincar...
Como a querer apenas me encontrar...
Onde estou?

                                                              Selma Silva


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terça-feira, 12 de maio de 2015

CONVERSA COM ENCANTADOS

Foto: Marcia Wayna Kambeba
Certa vez me disse o boto,
Que correndo para nadar,
Deparou-se com saci conversando com a sucuri,
Quis ouvir o que falavam e parou para escutar.

O saci preocupado com a morte da Mata Atlântica,
A sucuri desolada, culpada, a fome a fez comer o menino,
Eram tantas tristezas juntas que o boto seguiu seu destino.

Mapinguari o benzedeiro procurava no terreiro
Uma erva para curar tanto mal.
Pião pajé, folha de jucá, invocando o sobrenatural.

Rodopiando apareceu a Matinta,
Que de negra perdeu sua tinta,
Seu vestido se rasgou no galho do pau.
Assustada por ver curupira virar folharau.

E o boto? Ah, invadiu o mundo dos mortais,
Dançou com os racionais,
Chamando para pensar,
No prejuízo causado aos seres sobrenaturais.

Não basta ser real é preciso ser racional,
Disse o boto tucuxi numa mensagem ambiental,
Não jogue lixo no rio, nem lata e nem jornal.
Sinta o aconchego da natureza num abraço maternal.

                                      Marcia Wayna Kambeba




A beleza dos indígenas não está só na pele, mas também na cultura, no saber da natureza e na consciência plena de que a terra é mãe e merece respeito e conservação.
Este poema mostra de forma folclórica, a realidade do que hoje sofre a natureza, a selva e seus habitantes.
By Marcia Wayna Kambeba

https://www.facebook.com/marcia.vieiradasilva1

https://www.youtube.com/watch?v=_gq7LY6Z-6U


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quinta-feira, 23 de abril de 2015

PEDAÇOS DE PAIXÃO

Netos: pedaços da gente...

Pedaços de mim distantes
Desgarrados pelos sonhos
De felicidades farsantes
Fingindo rostos risonhos
Nada apagará a saudade
Que importa a tristeza
Ingrata e cruel inverdade
Que age com frieza
E maltrata meu coração
Pela falta que oferece
Dos meus pedaços de paixão
Exportados para outro chão.

O silêncio dos timbres gritantes
E o sossego dos alvoroçados
Entristecem as câmaras rutilantes
Que não mais ecoam seus brados
Nem gritos ou choros exorbitantes
Nem ao chão caem esparramados
Ou sobre o peito outrora vibrante
Entre o laço dos abraços arqueados
Sofrente da ausência angustiante
Por não sentir os descendentes amados
Afastados pelo capital degradante
Que transtorna seus subordinados.

Onde estão os pulos e gritos?
Aonde foram parar as sílabas trocadas?
Por que a realidade se finge de mito?
Por que a alegria se faz transtornada?
Muitas perguntas sem respostas
Outras levam à intensa frustração
Porém, nenhuma com a proposta
De conformar minha emoção
Ou trazer plausíveis amostras
De que a saudade contraria a razão
Mesmo que essa mentira seja posta
Como uma lança no meu coração.


                            Alexandre Taissum


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domingo, 25 de janeiro de 2015

DOCE SORRISO


Na penumbra da meia-luz
No meio da madrugada
Na parede mal iluminada
Conseguia ver sua foto
Um tanto escondida
Mas ainda percebida
Porque se expunha
Mais que as outras
Nela como em poucas
Um sorriso doce emplacava
E minha atenção chamava
Eu podia ver na pouca luz
O que mais me seduz
Emoldurado pelos lábios
Grossos e encantados
Como se protegessem
Seu lindo sorriso
Seu doce sorriso
Nosso! Prefiro assim dizer
Mesmo sem querer
Ele também me pertence
E assim faço valer
Pelo menos o da foto
Que eu escondo na penumbra
Onde só eu posso olhar
Para me encantar
E enveredar meus sonhos
Dono do meu destino...


                  Alexandre Taissum


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segunda-feira, 1 de setembro de 2014

SÓ OS OLHOS FALAM


Quanta certeza
Da minha paixão
Meus olhos dizem
Com exatidão
As mensagens
Que vem do coração.

Palavras enganam
Lágrimas molham
Beijos secam
Gestos falham
Sorrisos iludem
E só os olhos falam.

Em se tratando do amor
Não há outra expressão
Não importa a grandeza
Senão a da emoção
Só o olhar é intérprete
E pode falar pelo coração.


            Alexandre Taissum


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quinta-feira, 28 de agosto de 2014

PARTIDA



Eu vi você partir
Ir embora sem se despedir,
Sei que não foi por sua vontade
Até lutou para não ir,
Mas você... Você teve que partir...

Seguir uma estrada,
Ou qualquer caminho.
Morar no infinito,
Ou aqui mesmo pertinho,
Mas você... Você teve que partir...

Acreditei que não partiria logo
Que ficaria só mais um pouquinho
Talvez conhecer os bisnetos
Que já estavam por vir,
Mas você... Você teve que partir...

A saudade é forte
Tão forte quanto ao que deixou
Sua ausência me maltrata
Impõe-me dores pra sentir
Queria que ficasse mais,
Mas outro caminho você teve que seguir...

                                       Alexandre Taissum


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domingo, 2 de fevereiro de 2014

O RECADO DO SILÊNCIO


De tanto que amei
E de tanto que sofri
O desgosto, eu encarnei
E muita coisa aprendi

Por tudo que passei
E pelas noites que perdi
Pedaços de mim, deixei
Por isso, quase morri

Às saudades superei
Os medos eu esqueci
Das dores eu me curei
Do seu desprezo, sobrevivi

Hoje, o silêncio me esconde
Nele, me protejo do amor
Também o desejo que não responde
À paixão que tanto me causou dor


                              Alexandre Taissum


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sábado, 7 de dezembro de 2013

LINDA E ESPECIAL


As cores que vê tem mais colorido
Matiz tenro sobre o imaginário
Que cobrem as folhas de seus livros
Estimulando seu desejo literário

E pelas páginas desliza seus dedos
Buscando toda textura do saber
Sensíveis captam os segredos
Que o breu não lhe permite ver

Com o privilégio detém o poder
De só ver o colorido que imaginar
Faz suas cores em tons degradê
Ou misturadas ao que lhe agradar

E tu não paraste acomodada
Nos traços das cores elucidadas
No saber procurou estimulada
Vetores em trilhas encantadas

Até que chegou num estágio
Admirado por sua superação
Na trilha, ainda intermediário
Mas muito amável ao coração

Leciona com afinco e paixão
Sobre todo o colorido que viu
Com muito carinho e dedicação
À legião de alunos que adquiriu

Hoje, uma referência mundial
Idolatrada por sua competência
Uma professora linda e especial
Que superou por sua inteligência

Soberana, independente, aplicada
Uma MUSA de muita determinação
Tem sua vida transcrita e poetizada
Na galeria da minha inspiração

                             Alexandre Taissum



Josiele Cássia de Lima mora em Poços de Caldas (MG), é formada em Letras e é Professora da Língua Inglesa.
Conheça, compartilhe, siga e se sinta orgulhoso(a) de ter uma amiga como ela.




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domingo, 17 de novembro de 2013

SAUDADES


Saudades são muitas...
Suas palavras, seu sorriso,
Seu olhar e seu brilho...

Do cintilante dourado penteado,
Vem remanescente lembrança
Que espreme apertado
Com força e extravagância
O meu coração desolado

Ainda sim, sei que não voltará
Mesmo não sabendo o motivo
Acredito que só me restará
Suspiros do que foi perdido
E a dor que jamais sanará

Saudades são muitas...
E eu não consigo esquecer
Você, a quem achei merecer...

                    Alexandre Taissum