Leiam, reflitam, sonhem, viajem e comentem... Os comentários são importantes para sabermos suas opiniões.

sábado, 31 de março de 2012

PÉROLAS


Da dor surgiu uma lágrima,
Da lágrima,
Uma pérola,
Da pérola,
Um brinco.
Um brinco de madrepérola,
Creme,
Dourada
Ou negra,
Que tem por atributo,
Mostrar singular beleza...
Beleza incontestável,
Vinda da hábil natureza,
De transformar o que é dor,
Em sublime expressão de nobreza...

                                               Cristina Ferber


.

COM AS PALAVRAS, O AUTOR


Silêncio constante
Não deixa o barulho incomodar,
Livros fora da estante
Só o ruído do desfolhar,
Folhas prensadas e lisas,
Apertadas pelas outras
Querendo ser lidas,
As letras esmagadas,
Separadas, virguladas,
Pontuadas e paragrafadas,
Para a história contar,
Emoções ofertar,
E ao mundo levar,
Um pouco do autor
Um pedaço de amor.
Um tantinho de dor,
Pensamentos fortes
Dos dias de sorte
Ou de azar,
Sem esperar,
Escreve nas pautas
Lendas incautas
Para enfatizar,
História de vidas,
Contos de fadas
Para emocionar,
Levando o leitor
A acreditar
No que passa a contar,
Invenções,
Superações,
Emoções,
Ações.
Pelo ofício de escrever
Com todo o seu teor
De muito envolver
Que só um escritor,
Um poeta ou autor
Sabem fazer...

                  Alexandre Taissum


.

quarta-feira, 28 de março de 2012

É FASCINAÇÃO

Este poema é dedicado ao Blog POESIAS DA FASCINAÇÃO em agradecimento ás inspirações que o leitor Sérgio Freitas adquiriu lendo as poesias aqui expostas, e que depois, abriu seu próprio Blog a fim de mostrar o que antes nem ele imaginava conseguir com tão boa qualidade. Que se diga a verdade...
Fico grata e muito sensibilizada com essa homenagem que aos olhos de muitos é singela, mas que para mim é grandiosa, pois tinha o objetivo inicial de entrar nas mentes e nos corações dos amigos leitores e jamais poderia imaginar que pudesse incentivar à alguém a sair do casulo, criar asas como uma borboleta e seguir a estrada que leva ao mundo meio louco, meio lunático, meio surreal...mas potencialmente poético.

                                                                                                                            Sheila Camargo





É FASCINAÇÃO

Quero agradecer
por sem querer
indiretamente
me encorajar
a escrever.

Quero agradecer
por escrever
diretamente
publicando
ensinando como fazer

Quero agradecer
por paz,pela cidade
pelos guerreiros
pelo choro
pela sereia
e tantos outros

Quero agradecer
pela inspiração
que por momentos
liberta o meu ser
É FASCINAÇÃO!

                Rogério Freitas  



.

VENTANIA

 
Gostaria de saber
Pra onde o vento
Vai me soprar

Sou um grão
De areia
A vagar

Sem comando
Voando 
Pra algum lugar

Sem nome
Sem endereço
Será que vou gostar?

Espero ansiosamente
Que sim!
Poderia até ter mar...

Quem sabe volto
Próximo
De onde aprendi amar...

Quem sabe não...
Deixo quieto,
Deixo rolar...

Confiança eu tenho
Em quem sopra o vento
Só me resta esperar.
 
                                                   Adri Verdi
 
 
.

CORAGEM


Com disfarce somos muitos
Sem ele, apenas um.
Postar-se perante o mundo,
Deveria ser algo comum.

Nascemos sem disfarces,
Até que aprendemos a esconder
Quem somos e o que queremos,
O nosso próprio jeito de ser...

Amanhã vou acordar
E não irei mais me esconder
A quem amava meu disfarce,
Nada terei a oferecer.

                                                        Cristina Ferber


.

segunda-feira, 26 de março de 2012

PENSANDO EM PAUL BRUNTON



O coração é o meu Ashram.
Crio minha própria solidão interior
Onde quer que me encontre.
Por isso optei por viver no interior das florestas,
E me apaixonei por seus recantos profundos,
Silenciosos, pela mágica singularidade
De suas sombreadas veredas,
Cobertas de folhinhas brilhantes ao sol,
Pela solene paz de seus recessos apartados,
Por esse lar de humilde receptividade,
Esse lar interior, essa floresta...

O lento declínio do sol a tarde
Se faz presente com sua beleza própria,
Derrama sua poesia própria,
Nessa sagrada pausa da natureza...
Contemplação concentração
Enobrecimento refinamento
Pensamentos cada vez mais velozes
Reverência ao sol visível, esse irmão menor
Reverência ao Sol Espiritual Central, esse irmão maior.

Deixo o tempo desdobrar-se e escoar-se,
Lentamente penetrando em sua origem,
Mais ao fundo, enquanto, minuto a minuto,
As montanhas e as nuvens dissipam-se,
Reverentes, entregues a um poder maior.
Enquanto as sombras se adensam,
As estrelas surgem, os olhos se fecham
A contemplação termina
O vazio domina e ninguém fica para relatar.

Dentro de mim o silêncio das florestas,
O silêncio das bibliotecas,
O silêncio dos que não mais desejam ser ouvidos...


                                                                        Sheila Camargo


.

MAGIA DO DESEJO (PARAFRASEANDO IGNÁCIO DE LOYOLA... TALVEZ)



Falamos o que sabemos, aquilo de que nos lembramos,
E mentimos, porque o desejo não está nas palavras,
Como poderia estar, se dele nos esquecemos?
Escorregou para profundezas, onde palavras não podem ir,
Virou suspiro e gemido, desejo inefável e puro...

Mas um vento o toma em suas asas
E o desejo levado a Deus, como oferenda.
Estranha transação que ocorre
Para além dos limites da consciência,
Sem que nada digamos, sem que nada saibamos,
Sem que a verdade seja escrita ou proferida.

E destas palavras, que carregam o desejo,
Pode-se perguntar: “São verdadeiras?”
Um carinho é verdadeiro?
E uma brisa, uma fonte?
Nosso desejo é amplo demais para nossas palavras
E essa desarmonia, tristeza súbita,
Declaração de amor sem resposta,
Espasmos violentos sobre o corpo desejado,
Janelas que se abrem para o vazio.

Nossos desejos são seres tímidos, ariscos,
Com medo da luz e do sol,
Parecidos com os gnomos das florestas
Que vão aparecendo quando tudo se faz silêncio,
As sombras chegam e os estranhos põe-se a dormir
E é então que eles cantam e dançam e fazem a festa.

A distância também é importante para manter o desejo,
Pois é justamente em meio às suas brumas
Que a saudade desperta, quase acanhada.
Há coisas engraçadas e ternas em nossas nostalgias,
Choramos quando o mundo se enche de ausências
E o desejo não tem o que abraçar e rimos,
Quando vislumbramos entre as ausências
Pequenos fragmentos daquilo por que o desejo suspira.

Um dia, acaba-se o encanto das palavras,
Como névoa que se esvai, mas fica o desejo,
No imenso vazio que se abre,
A nostalgia de cada folha, cada pedra,
Cada chuva que nunca mais...
Tudo entrelaçado, florestas de fantasia...

São palavras de amor, de desejo,
Que não são para ser ditas, pensadas,
Mais se parecem carícias, brisas suaves,
Boas para dormir, para embalar nosso sono,
Para sob sua sombra repousar.
São gestos de amor, de magia, poesia,
Que penetram o corpo, fazem a cabeça,
Embriagam os sentidos...
São suspiros profundos demais para palavras.

Preciso, vez ou outra, cantar a canção do exílio,
Recitar o salmo 113, quando o desejo anda
Por lugares onde o corpo não pode ir.
Quem ama uma ausência tem de abraçar-se a noite
Com a brisa e o silêncio e é doloroso,
Toda dor pede para ser curada
E o exílio passa então a ser o lar esquecido
E a terra prometida.

Mas existe um amor que se recusa a ser consolado,
Prefere as noites solitárias com a brisa e o silêncio,
Recusa aceitar no fim a perda do objeto amado,
Preferível a dor, pois nela se mantém viva
A lembrança do amor.

As pessoas apaixonadas esperam ouvir
As mesmas palavras que a cabeça já sabe,
Mas que a alma sempre bebe de novo
Em ignoradas fontes de ternura.
Cada vez que as mesmas se repetem
Renascem os sorrisos, as lágrimas,
O fascínio, o desejo, o tremor do corpo...


                                                             Sheila Camargo


.

NÃO ESTAMOS SÓS!


Enxugue as lágrimas
Meu doce amigo
Estou contigo
Na sua aflição.

Não será este sofrimento
Que lhe abaterá
Não será essa dor
Que o destruirá.

Trago-lhe a paz
Alento e conforto
Trago-lhe esperança
E vontade de lutar.

Vim do Cosmos,
Do céu, do éden
Vim de longe
Só para lhe reconfortar.

                                        Cristina Ferber


.

SALVANDO A PAZ


A PAZ é coisa do passado,
Só aparecia no fim das guerras
Quando tudo estava terminado
E o povo metido em trevas.

A PAZ só chegava atrasada
Quando tudo já havia começado,
Com a intolerância já avançada
E o ódio entre homens decretado.

Não se conhecia o poder da PAZ,
Por isso jamais a convocavam,
Ao acaso surgia inábil tenaz
E pouco surtia aos que lutavam.

Mas agora podemos com eficácia
Mudar a direção da história,
Não podemos ficar só na falácia
Se podemos guinar a trajetória.

E para todo o surgimento de atrito,
Bem antes devemos nos aconselhar,
Com quem pode regular certos arbítrios,
Em favor do que queremos buscar.

Por isso temos que trazer a tona
A velha PAZ que pouco pôde fazer,
Ignorada por povos de certas zonas
Que jamais conheceram o seu poder.

A PAZ sempre tem que ser absoluta,
Chegar antes de todos para intervir,
Evitar que alguém se entregue à luta
Pra matar ou morrer sem decidir.

Sem guerras, sem lutas e sem desavenças,
Com compreensão e muito amor evidente
Entre povos pacíficos e sem diferenças,
Esse é o mundo de PAZ que queremos pra gente.

                                                                   Alexandre Taissum


.

sábado, 24 de março de 2012

MINHA CIDADE...


Tem gente nas praças,
pulgas e cães de raça,
templos e igrejinhas,
sermões e ladainhas.

Tem bolas e futebol,
tem praias e muito sol,
Mulherada nas areias
Se achando belas sereias

Tem esquinas e ruas
com mulheres quase nuas,
onde ficam bibas e meninas,
umas feias e outras lindas,

Tem carros nas calçadas,
muitas ruas esburacadas,
Tem placas de localização
Que nunca acertam a direção.

Tem muitos doutores,
peões trabalhadores,
agentes vagabundos
e gente de todo mundo.

Tem muita polícia,
tem muita milícia,
bastante bandidos
e também pervertidos.

Tem senhoras e senhores,
bancos e credores,
comércio muito bom
e DJ matando o som.

Tem lindos namorados
e casais amasiados,
Uns bem enrolados
e outros muito bem casados.

Tem sorvetes de sabores,
parques dos amores,
patinhos na lagoa
e muita gente a toa.

Tem escolas e professores,
bons alunos e promissores,
gazeteiro sem noção
querendo dirigir a nação.

Tem alguns brigões
e bombados saradões,
tem nerds pacíficos
e atletas raquíticos.

Tem muitos safadões,
excesso de ladrões
e, lamentavelmente,
políticos pertinentes...

Mas é minha cidade,
linda de muita vaidade,
de gente que vive feliz,
mentiroso é o poeta que diz.

Nas esquinas tem Samba,
Batucadas e gente bamba,
Carnaval é paixão, é brio
Do meu povo aqui do Rio.

Do Rio de Janeiro fervescente
Que contagia toda a gente
Dos que chegam pelo calor
E dos que ficam por amor.

Gente, é verdade!
Essa é a minha cidade...

                                Alexandre Taissum


.

quinta-feira, 22 de março de 2012

GUERREIROS... SÃO SEMPRE SOLITÁRIOS


Um guerreiro toma para si o que é seu de direito,
Um guerreiro não pede, ele exige.
Um guerreiro não fica esperando
Que se abram para ele as portas do céu,
Ele o toma de assalto,
Ele faz da terra o seu paraíso,
O seu campo de batalha.

A derrota final de um guerreiro se dará
Quando ele encontrar a sua paz.
A oposição, a contestação e o combate
Fazem parte de sua natureza.
Um guerreiro será para todo o sempre humano,
Jamais ele desejará uma vitória final,
Jamais ele desejará uma paz celestial.

Um guerreiro sabe que não está acima,
Nem abaixo, que não é mais, nem menos
E vive de acordo com o que é,
Ele se conduz a si mesmo,
Ele mantém as rédeas da sua vida.
Um guerreiro não perde tempo
Lutando contra a sua natureza,
Ele chama para si a responsabilidade,
Ele aceita seu destino e se entrega.

Um guerreiro é fiel até a morte,
Ainda que essa fidelidade lhe custe a vida,
Um guerreiro não trai jamais
A sua condição de guerreiro.
Todavia, um guerreiro sabe...
Que chega um momento...
Em que é preciso parar e repensar.
Um guerreiro escuta seu coração.


                                             Sheila Camargo


.

NIETZSCHE CHOROU?


Dedicar a vida à arte de escrever,
Destilar a vida nos próprios poemas,
Trabalhar dias, meses e anos seguidos nesse dom,
Numa disciplina rígida, com uma vontade inflexível
E, depois não ter ninguém para partilhar.
Mas haverá um dia em que isso
Não terá mais nenhuma importância,
Haverá um dia em que isso me bastará, afinal...

O gosto pela poesia
Fez de mim o que sou hoje
Foi no embalo da poesia
Que me fui apercebendo
De certas sutilezas,
Uma a uma...

Um escritor sem leitores
Numa busca intensa e desenfreada,
Apartado do conforto do rebanho,
Sonhando seus próprios sonhos,
Pensando seus próprios pensamentos,
Escolhendo a companhia própria,
Não desejando ser jamais consolado,
Não desejando jamais ser entendido,
Fazendo de si próprio o único Deus,
Proferindo aos ares suas sentenças de granito,
Saindo sem despedir-se,
Trancando as portas e as janelas
A tudo que vem de fora.

Uma dolorosa arrogância escondendo
Algo mais profundo,
Mergulhando, mergulhando,
Perdendo-se, não desejando jamais emergir.
Voluntariamente construindo
O próprio calvário particular,
Já entrevendo as grades da própria prisão.
Não querendo e, no entanto, querendo.

Pagando o preço da visão interna
Com a visão externa,
Suportando o peso de ser
Humano, demasiado humano...


                                                           Sheila Camargo


.

quarta-feira, 21 de março de 2012

LINDA SEREIA...


Naveguei pelas ondas da alegria,
Busquei felicidades a cada dia
E te encontrei, a quem eu queria...

Avistei você nadando no que seria
A onda mais perfeita que me traria,
Dentre todas, a que mais me atrairia...

E antes, linda Sereia, não imaginaria,
Que minha navegação alcançasse calmaria.
Eu te amo! Para outra, jamais diria...

                                                                                           Alexandre Taissum


.

terça-feira, 20 de março de 2012

FERREIROS E PEREGRINOS




É claro que eu sonhei
com coisas maiores
e melhores,
é claro que eu sonhei
ir muito mais além

         mas,

do meu tesouro
só pude carregar
o que coube em duas mãos
e em quatro bolsos

         dia após dia
         mês após mês
         ano após ano
         destilando a poesia


                                Sheila Camargo


.

PENUMBRAS

Algo sentido dentro de mim...
Gosta das penumbras.



A penumbra em que escrevo não me permite ler minhas próprias frases e eu gosto, pois assim sinto-me livre para continuar no caminho que eu mesma tracei para mim, sem tomar conhecimento de pequenos fortuitos deslizes, inevitáveis no percorrê-lo. Também não tomar sobre mim a responsabilidade por eventuais idéias que me venham a ocorrer é algo que me agrada e que me transmite um profundo prazer interior.
A penumbra em que escrevo faz com que, por muitas e repetidas vezes, eu não reconheça minha própria letra, que, tão estranha por vezes me parece, que chego a pensar que nem seja a minha.
A penumbra em que escrevo tem tudo a ver comigo - eu - que gosto das penumbras como se fôssemos uma coisa só, que nelas mergulho e me purifico como em águas sagradas, que delas esvazio a taça e me embriago até toda e qualquer tentativa de entendimento esgotar.
A penumbra me atrai como a luz ao inseto, me inspira como as sombras aos seres da noite; ela me espreita a mim e eu a ela- num eterno jogo de faz de conta - em que é impossível separar os pares opostos e antagônicos e eu gosto, pois isso faz com que eu sinta que alguma coisa de fato está acontecendo comigo, que não estou parada no tempo e no espaço.
A penumbra em que escrevo talvez me diminua significativamente a visão em curto tempo, mas disso sequer me aperceberei desde que eu passe a olhar cada vez mais e melhor para o ser interior que vive em mim.

                                                                                                                                       Sheila Camargo


.

#EUFUI (Eu Fui)



Agradeço
Mil vezes
Agradeço
Palavras
Quentes
Confortáveis
Companhia
Doce...
Companhia
Olhar
Cativante
Sorriso
De diamante
Meu canto
Tão meu...
Doei a ti
E tu
Guri
Gentil
Deixou
A gaiola
Aberta
Eu fui...
Voei
Enfim!
Sou pássaro
Curado
No peito
Um coração
Remendado.

          Adri Verdi


.

segunda-feira, 19 de março de 2012

A ESTRADA E O FIM



Estou só,
Como gosto de estar,
Na estrada da vida
Sem maneira de parar.

Estou só,
Já é tarde, bem tarde,
O escuro é dominante
E eu só vejo o volante.

Já dirigindo há anos,
Continuo solitário,
É proibido dar caronas,
Não pude ser solidário.

Cruzo de um canto ao outro
Sempre em frente, sem volta,
Pois nessa estrada da vida
Não tem retorno nem descida.

As vezes pareço flutuar,
Outras, agarrado ao chão,
São fases dessa estrada
Por onde trafego minha ilusão.

Digo ilusão porque um dia
Chegará na estrada do final
E definitivamente saltar
Do meu veículo corporal.

E mesmo tendo dirigido bem,
Em alguma hora sem me avisarem,
Terei que parar e descer
E ver os faróis se apagarem.

Se é justo, não sei dizer,
Só sei que estou na estrada
E cada vez mais subindo
Até a pista interditada.

E ali será para mim
O fim de uma viagem fatal
Por sobre a estrada da vida,
Sem retorno até o final...

                               Alexandre Taissum


.

sábado, 17 de março de 2012

DENTRO DE LIVROS

Algo sentido dentro de mim...       
gosta das penumbras       
e da vida nos livros.      


Dentro de livros
tenho me encontrado
e me desencontrado
de dentro de livros
tenho observado
a lenta transformação
de coisas e de vidas.
Por dentro de livros
tenho me esgueirado,
silenciosamente,
pelas sombras.
Dentro de livros
tenho cheirado
aromas diversos
tendências adversas.
De dentro de livros
tenho percebido
as sutilezas de uma vida
apenas pressentida.
Por dentro de livros
tenho me movido
por distantes paragens,
por mais estranhos lugares.
Dentro de livros
tenho sido curtida
e destilada
nas mais variadas essências.
Por dentro de livros
tenho visto a vida passar
pela ótica de uma utopia
voraz, desenfreada.

                                 Sheila Camargo


.

sexta-feira, 16 de março de 2012

AS ESTAÇÕES


Há tempo de ler
há tempo de viver
há tempo de escrever
há tempo de viver.

Ler é viver?
Escrever é viver?

Há tempo de contemplação
há tempo de ação
há um tempo certo, a cada estação? 

                                                                            Sheila Camargo 


.

quinta-feira, 15 de março de 2012

O BRILHO E O OCASO DE UMA ALMA


hoje...você olhou o céu da manhã
e sentiu...que havia um novo e radiante sol
você é este sol...que nasceu esta manhã
um dia...você se esqueceu de mim...
nas antigas e distantes dobras do tempo
mas eu...nunca me esqueci de você
sinto que o conheço...de um outro tempo
onde a barra era...talvez...mais leve
claro...era um outro tempo
diferente...de tudo que temos visto
e vivido até então...
você sempre sentiu...falta de sensações
você procura...por este equilíbrio
há várias encarnações.

por longos períodos...temos
nos esquecido de nossas origens
todos somos filhos...de uma mesmoa origem
não somos diferentes...de outros seres da criação
assim como a terra...nosso lar
não é diferente...de outros mundos da criação
há muito tenho andado...procurando
e, cansada...tenho ansiado por tua presença
inquieto está...o meu coração
até que volte a repousar em ti
é impossível precisar...há quanto tempo
estamos nesta caminhada e...
por quanto tempo ainda estaremos

onde anda você...em que curva nos perdemos?
meus ouvidos anseiam pelo som da tua voz
meus olhos incansavelmente te procuram
por entre rostos na multidão
meu coração e minha alma esperam por ti
uma nova vida...um novo momento...
o infinito pela frente...
um longo caminho foi percorrido...por nossos egos
desde nossa separação...um longo caminho
se descortina à nossa frente
até quando terei que trilhar...até que esteja
conscientemente diante de ti? 

                                                                Sheila Camargo


.

quarta-feira, 14 de março de 2012

MARIANA MENINA

 
É água e é vento,
É chuva de tempo,
É verão a contento
É sol no firmamento
É calor do aquecimento
É fonte de iluminamento
É arco-íris do alegramento

É água sem vento
É chuva de outro tempo
É inverno a contento
É sol em afastamento
É frio no congelamento
É fonte de escurecimento
É nuvem prata no encobrimento

Será no inverno o surgimento
Será num dia sem conhecimento
Será bem-vinda no seu nascimento
Será amparada ante o livramento
Será recebida com apaixonamento
Será emoção no primeiro aleitamento 
Será Mariana Menina de muito encantamento

                                                               Alexandre Taissum



.

HOMENAGEM AO "DIA NACIONAL DA POESIA"



SEM DÚVIDA, A POESIA MAIS LINDA DO PLANETA...

Letra e música de: 
João de Aquino e Paulo César Pinheiro

Intérprete:
Cristina Motta

 
Oh tristeza, me desculpe
Estou de malas prontas
Hoje a poesia veio ao meu encontro
Já raiou o dia, vamos viajar

Vamos indo de carona
Na garupa leve do vento macio
Que vem caminhando
Desde muito longe, lá do fim do mar

Vamos visitar a estrela da manhã raiada
Que pensei perdida pela madrugada
Mas que vai escondida
Querendo brincar

Senta nesta nuvem clara
Minha poesia, anda, se prepara
Traz uma cantiga
Vamos espalhando música no ar

Olha quantas aves brancas
Minha poesia, dançam nossa valsa
Pelo céu que um dia
Fez todo bordado de raios de sol

Oh poesia, me ajude
Vou colher avencas, lírios, rosas, dálias
Pelos campos verdes
Que você batiza de jardins-do-céu

Mas pode ficar tranqüila, minha poesia
Pois nós voltaremos numa estrela-guia
Num clarão de lua quando serenar

Ou talvez até, quem sabe
Nós só voltaremos num cavalo baio
O alazão da noite
Cujo o nome é raio, raio de luar


.

DIA NACIONAL DA POESIA


Hoje a poesia está em festa
Chegou cedo pra comemorar seu dia
E trouxe consigo toda a alegria
Que precisamos pra versar poemas
Declamar versos soltos e compreendidos
Por românticos de corações medidos

Hoje a poesia não vai chorar de tristeza
Pode até chorar de alegria ou por presteza
Mas sempre dedicada ao seu dia de festa
Juntamente com cada um que se manifesta
Descrevendo emoções que vem do coração
E validando a vida transbordando ilusão

Hoje a poesia vai cantar e declamar
Vai dizer pra todos como devemos amar
O que é a paixão e o que pode o coração
Vai mostrar pra quem quiser ver emoção
Como um poeta se transforma num sonhador
E como se pode dar vida eterna ao amor...

Hoje, 14 de março, é o DIA NACIONAL DA POESIA
É o dia em que podemos poetizar a alegria
E dar ao próximo um tom a mais de sabedoria
Para que saiba viver com extrema satisfação
Cantarolando alegremente alguma linda canção
Ou declamando algum poema que fale de paixão

Parabéns à Poesia!
Parabéns aos poetas e aos escritores!
Parabéns aos cantadores e aos declamadores!
Parabéns aos amantes da poesia e aos leitores!
Parabéns aos amigos que nos seguem com emoção!
Parabéns a todos nós que vivemos dessa paixão!

Alexandre Taissum  


.

terça-feira, 13 de março de 2012

MINHA SENDA


 
Reflexos
         nuances
há portas fechadas comigo mesma
sinto vontade de fugir
por um estreito
                   frio
                            infinito corredor

duro é para mim aceitar o ponderável
e abraçar a comodidade

resultado de longos anos de dispersão
quase sem contato com a realidade
                   - palpável
da vida

deu lugar a uma imaginação
frágil
         ardente                
                   desesperada
um instinto quase selvagem. 

                                 Sheila Camargo


.

ÀS PORTAS DA POESIA


A calma que aparento
é um estado
tênue e superficial

Serena é a chuva que cai,
sereno está o lago mental,
a chuva sobre nós se derrama
em gotas glaciais,
são bênçãos da deusa
que descem do astral.

Trilhar as sendas do silêncio,
penetrar este bosque encantado,
buscar na poesia
o refúgio
que ela tão gentilmente oferece
ao viajante fatigado
pela longa jornada.

Ouço as rajadas
como se pela primeira vez
e aos estados da noite
entrego-me
de corpo e mente
acerto o compasso
com os fantasmas do ar

                   - creia –

é melhor tê-los por amigos,
escapar das ciladas
com classe e sabedoria,

         dia após dia,
         incansavelmente,
         caçando a poesia. 

                               Sheila Camargo


.